Doses maiores

7 de agosto de 2012

Rota, JP Morgan e apocalipse

O site de Caros Amigos entrevistou Ângela Mendes de Almeida, do Observatório das Violências Policiais da PUC-SP. Sobre a recente onda de ações violentas da Rota paulistana, ela diz:

... não excluo uma operação eleitoral visando insuflar a população de classe média e alta contra “os bandidos”, isto é, contra os pobres. Espalhando o medo e o sentimento de ameaça à propriedade privada, alguns políticos esperam ganhar eleitores com a proposta de “tolerância zero”, isto é, aumentar o extermínio.

A advertência mostra que a barbárie na cidade mais rica da América do Sul deve se intensificar. Para isso conta com o ódio tucano aos pobres.

O JP Morgan entra nessa conversa com um trecho do artigo “Banco JP Morgan, presságio de novo Apocalipse”, do economista mexicano Alejandro Nadal:

A economia mundial enfrenta o risco de uma nova queda. A crise atual poderá ser apenas o preâmbulo de novo Apocalipse. O exemplo mais recente é o das perdas de mais de 2 bilhões de dólares do JP Morgan em maio, por ter cometido erros flagrantes, segundo as palavras do seu arrogante chefe Jamie Dimon.

Nadal diz que a situação é resultado da enorme especulação. E que esta “não cumpre qualquer função social ou econômica”. Licença para discordar. A especulação tem como função aumentar a concentração econômica. E com ela, o poderio político de uma minoria.

O economista mexicano fala sobre um novo apocalipse. Estamos no mês em que se completam os 67 anos da bomba de Hiroshima. Algo que deveria nos lembrar de que crise econômica e barbárie social se combinam muito perigosamente.


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