Um dos trechos diz:
A ascensão econômica chinesa é
certamente uma das mais importantes causas do esvaziamento e declínio da
indústria dos países desenvolvidos, da decadência da classe média, do
crescimento da desigualdade de renda, bem como da falta de sustentabilidade de
seus generosos sistemas de previdência social. Cada um desses fenômenos é
decorrente do outro, um resultado do rearranjo da economia global, em que o
capital se alinha onde há mais ganho, sem limitações geográficas.
Na verdade, os
“sistemas de previdência social” surgiram das lutas dos trabalhadores europeus.
E o “esvaziamento e declínio da indústria dos países desenvolvidos” foram
provocados exatamente para esvaziar o poder dessas lutas. Sem empregos, menos
trabalhadores. Menor o poder de pressão dos explorados, menos greves e
conquistas.
O problema é
que menos produção implica menos consumo. Para manter os mercados aquecidos, o
crédito foi facilitado. Muita gente comprando e pouca gente produzindo levou a
uma combinação insustentável também conhecida como “bolha de consumo”. Quando
uma destas estoura, o consumo desaba.
Foi isso que
aconteceu em 2008, deixando a fábrica chinesa sem compradores. Enquanto isso,
os chamados “emergentes” tornaram-se dependentes das compras chinesas. Com a diminuição
destas, a crise também começa a atingi-los.
Tudo isso é
produto do que os marxistas chamam de “desenvolvimento desigual e
combinado”. Algo que torna a crise
“permanente, mutante e contagiosa”. Isso
é capitalismo. E é Marx, também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário