Segundo
a matéria, a enquete mostrou que 51% dos entrevistados concordam com a frase:
"Prefiro uma ditadura competente do que uma democracia incompetente".
Por outro lado, 67% dos entrevistados concordariam com a afirmação: “meu voto
pode melhorar a política brasileira”.
O
diretor do Data Popular, Renato Meirelles, conclui que se trata mais de “uma
cobrança pela ineficiência do Estado do que um saudosismo da ditadura." De
fato, uma pesquisa desse tipo está sujeita a todo tipo de interpretações e
imprecisões. A começar pela definição do que seja “classe média”.
Mas
o estudo sinaliza um fenômeno perigoso. A chamada “classe média” não é
necessariamente conservadora. Expressivas parcelas dela ajudaram no crescimento
do próprio PT. O problema é quando esse setor é conquistado pelo individualismo
consumista. Passa a desprezar as saídas coletivas e a solidariedade às lutas
dos explorados.
De
um lado, o crescimento da capacidade de consumo, do emprego e da renda
familiar. De outro, o individualismo consumista impera. Ninguém mais exige
serviços públicos de qualidade. O objetivo é ganhar o bastante para pagar plano
de saúde, escola particular, previdência privada, transporte individual.
Os
governos petistas têm grande responsabilidade nisso. Alegam que pode haver harmonia entre empresários e trabalhadores. Os problemas virão quando os
poderosos resolverem romper esse namoro fajuto na base da porrada. Poderão contar
com a omissão e a cumplicidade de milhões de explorados desmobilizados e acomodados.
Leia
também: Consumo
e conservadorismo convivem muito bem
Nessa direção, muitos pobres não gostam do Bolsa Família; ''ah, mas ele vai receber sem trabalhar!''.
ResponderExcluirReplico aqui o comentário q fora feito no "post" de Mr Purdy no f.: "Este é um país em q as relações verticais estão enraizadas, claro, c/ suas especificidades. Foi uma posse lusitana; um reino q tornou-se república mantendo sua aristocracia rural e suas relações clientelistas; começou sua fase republicana c/ militares mãos-de-ferro; GV tornou-se ditador (1937- 45); e voltou à ditadura - agora militar - entre 1964-85. O discursos da classe média (medíocre) permanece o mesmo desde então. Vivem pelo consumo e do sonho de ter p/ ser, p/ o status alienante no sentido de se sentirem nobres num "reino do Capital"; vivem em seus condomínios, escolas particulares e clubes isolando-se do mundo real, construindo seu mundinho perfeito e vomitando seu discurso meritocrático. O fenômeno da violência em SP no caso Est x PCC é um exemplo dessa forma blasèe de comportamento das classes mais abastadas: dimensões sociais impensáveis manifestaram-se." N. Pinotti
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