Mursi
alega que pretende “proteger a revolução”. Realmente, as medidas atingem juízes
favoráveis a Mubarak. Verdadeiros carrascos de toga. Mursi também diz que
soltará os milhares de revolucionários detidos e investigará a morte de dezenas
deles.
Mas
o governo Mursi está cheio de integrantes da época de Mubarak. É o caso do
procurador-geral e do ministro do interior. O parlamento é governado com mão de
ferro pela Irmandade Islâmica. Os membros da Assembleia Constituinte foram
eleitos com regras que garantiram maioria esmagadora para o governo.
Nas
ruas, o governo vem reprimindo as manifestações por mais liberdade e pela
derrubada definitiva do antigo regime. Os partidários de Mursi defendem leis
religiosas para governar o País. Enquanto isso, tentam se consolidar seu poder buscando
a confiança dos capitalistas egípcios.
A
Revolução Egípcia chega a uma perigosa encruzilhada. Como aconteceu no Irã em
1979, forças conservadoras apoiadas no fanatismo religioso querem sequestrar e
matar a revolução. Por outro lado, setores de direita que ficaram sem lugar no
novo governo tentam voltar ao poder.
Aos
revolucionários resta a dura tarefa de defender as conquistas da Primavera Árabe.
Conquistar o apoio da maioria dos explorados para fazer avançar a revolução.
Derrotar Mursi e os saudosistas de Mubarak. Afastar o abraço
gelado dos capitalistas locais e seus aliados imperialistas.
Leia
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