Os políticos são alvo de ódio
e desprezo por parte da maior parte da população brasileira. Para a grande maioria
conservadora, mereceriam a mesma morte reservada a criminosos comuns.
No entanto, dezenas de
políticos morrem assassinados anualmente. Em 2012, por exemplo, o número de lideranças populares assassinadas cresceu
10,3% em relação a 2011. Estamos falando, principalmente, de sem-terra,
indígenas e pescadores. Foram 32 casos registrados.
Os dados são do Conselho
Indigenista Missionário, ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. As
mortes de lideranças urbanas por motivos políticos são mais raras, mas podem estar
escondidas por trás de supostos assaltos ou acidentes.
Sem-terras, sem-tetos,
indígenas, pescadores, sindicalistas, que lutam por seus direitos estão fazendo
política em seu sentido mais nobre e corajoso. Enfrentam bandidos engravatados,
que usam ternos importados, se deslocam de jatinho e têm bilhões de reais em
paraísos fiscais.
Portanto, não é verdade que
todos os políticos gozam de imunidade e impunidade no Brasil. Estes são privilégios reservados somente para aqueles que infestam os parlamentos e
palácios do País. Para os que são despachantes luxuosos do grande capital nos gabinetes do poder. As exceções existem, mas são muito raras.
Essa situação continuará
enquanto não convencermos a maioria da população de que fazemos política o
tempo todo. E quem não a faz ativa e conscientemente também acaba sendo vítima
dela. Não com a triste dignidade dos que morrem no papel de lideranças
populares. Mas na vergonhosa condição de mais um caso na enorme mortalidade
causada pela saúde pública destruída, violência policial, criminalidade, chacinas,
trânsito violento, acidentes de trabalho.
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