“Campeãs nacionais de
desastres”, diz o título do artigo de Elio Gaspari, publicado na Folha de S. Paulo
em 06/10. Basicamente, o colunista diz que “o sonho petista de criar um bloco
de empresas financiadas pelo BNDES” tornou-se um pesadelo.
Gaspari diz que o banco
estatal investiu perto de R$ 20 bilhões em “empresas companheiras”. Entre elas,
as de Eike Batista e a "supertele" Oi, que já nasce com uma dívida de
R$ 45,6 bilhões. Outras apostas desastradas foram as fusões da Aracruz com Votorantim
e da Marfrig com JBS.
Enquanto isso, no mesmo dia,
Carta Maior publicava o artigo “‘Não existem mais burguesias nacionais’, afirma
Leo Panitch”. O texto de Rodrigo Mendes destaca alguns pontos da palestra do professor
da Universidade de York, no Canadá, ministrada na Universidade Federal do ABC.
Como diz o título da matéria,
Panitch questiona o uso do conceito "burguesia nacional". “Pelo grau
de integração entre as multinacionais dos estados ricos, as burguesias agora
são internacionais”, diz ele.
Panitch é marxista e segue o
mestre na capacidade de ousar nas reflexões sobre a realidade. Ele nega, por
exemplo, a ideia de que governantes obedeçam aos grandes capitalistas. O
próprio Estado seria parte da acumulação capitalista. É por isso que afirma:
Os empresários não dizem para
o PT o que fazer. Como podemos dizer que o PT segue o que a burguesia manda?
Não é isso que acontece, não há uma ‘mente’ que diz o que o governo deve fazer.
O Estado é dependente da acumulação capitalista.
Faz sentido. Mas o PT continua
querendo uma burguesia pra chamar de sua.
Leia também: O BNDES e a vaca no brejo
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