Em 05/10, o jornal Valor publicou
o resumo de um debate sobre os 25 anos de existência do SUS. Foram convidados o
ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, o médico sanitarista Gonzalo Vecina
Neto, o superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Bernard Couttolenc e o
professor Mário César Scheffer, da Faculdade de Medicina da USP.
O texto está no site do
jornal e vale a leitura. Mas merecem destaque algumas informações dadas por
Scheffer:
O SUS foi pilhado desde a
origem, faz milagre com o pouco que tem. Países com sistemas universais, nos
quais o SUS se inspirou, reservam, em média, 7% do PIB para a saúde pública. No
Brasil, são 3,6%. Estamos numa encruzilhada.
A Constituição diz que o SUS
deveria ter 30% do orçamento da Seguridade Social. Se isso estivesse vigorando
hoje, seriam R$ 195 bilhões. O orçamento federal do SUS está em R$ 84 bilhões.
Depois de dizer que 70% da
rede hospitalar é privada e denunciar a presença das Organizações Sociais nos
postos de saúde e hospitais públicos, Scheffer concluiu:
Há dois projetos claros em
disputa: um é o projeto do movimento sanitário, o original, que significaria
mais recursos públicos para o SUS e regulação do setor privado; o outro é o
crescimento artificial dos planos de saúde, com planos baratos no preço e
medíocres na cobertura.
A qual desses dois projetos servem
os atuais governantes? Basta verificar as doações eleitorais de 2010. Os planos
de saúde investiram R$ 12 milhões. 28% desses recursos direcionados ao PMDB, 18%
ao PSDB e 14% ao PT. Dilma, recebeu R$ 1 milhão e Serra, metade disso.
Leia também: Médicos: nem vilões,
nem heróis. Trabalhadores
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