A notícia da semana nos
mercados foi a compra do WhatsApp pelo Facebook. Por US$ 19 bilhões, o gigante
das redes virtuais comprou o aplicativo que facilita a comunicação entre
celulares de forma simples e gratuita.
Mas os investidores querem saber: como o dono do Facebook fará para recuperar um investimento tão grande
com uma ferramenta que não utiliza anúncios? Mark Zuckerberg teria dito que
anúncios não são a única maneira de ganhar dinheiro com mensagens.
A resposta poderia ser
enigmática, mas não é. Basta assistir ao documentário “Sujeito a Termos e
Condições” para começar a entender. A produção de Cullen Hoback mostra o que
acontece quando aceitamos utilizar os serviços online "gratuitos".
Basicamente, o filme mostra
que as condições de adesão permitem que todos os nossos dados fiquem à
disposição de empresas e governos por tempo indefinido. E não adianta apagar
suas contas e perfis. As informações continuarão lá, invisíveis para todos,
menos para o poder político e econômico.
Mas não é só isso. As
identificações biométricas também se tornarão obrigatórias em muito breve. Os
registros eletrônicos de digitais, palmas da mão, íris dos olhos serão cada vez
mais frequentes. Sem eles não poderemos, por exemplo, movimentar a conta
bancária ou comprar mercadorias em promoção no supermercado.
E para que serve tudo isso?
Para nos assediar com “ofertas imperdíveis”, mas também para nos controlar.
Seremos cada vez menos seres humanos complexos e mais identidades biológicas simplificadas.
Cada escolha e opção, uma obrigação. Teleguiados pelo Estado e tutelados pelo
mercado. Cabras marcados para viver segundo normas que nos são totalmente
alheias.
Texto inspirado em “Por uma Teoria do Poder Destituinte”, de Giorgio Agamben
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