Em 23/02, o presidente
ucraniano Viktor Yanukovich foi deposto pelo parlamento do país. Aparentemente,
sua queda foi uma vitória das forças fascistas que lideravam as manifestações da
oposição. Mas tudo indica que a violenta repressão ordenada por Yanukovich contra
os manifestantes também foi decisiva.
São cada vez mais frequentes
as notícias de forças policiais espancando e matando manifestantes em vários
pontos do planeta. E não é de agora. Lembremos as greves e manifestações na
Grécia, a partir de 2008. Ou as violentas remoções daqueles que ocuparam as praças
de várias cidades na Europa e Estados Unidos no mesmo período.
No Brasil, vem acontecendo o mesmo
desde junho do ano passado. O caso mais recente ocorreu em São Paulo. Havia
pelo menos um PM para cada três manifestantes nos protestos do dia 22/02. Mais de
270 pessoas foram presas. As agressões policiais foram distribuídas farta e
aleatoriamente. Tudo isso, sem que a legislação “antiterrorismo” tenha sido aprovada.
À medida que a repressão aumenta,
os monopólios da grande imprensa tentam justificá-la. Apresentam a violência policial
como resultado de provocações feitas pelos manifestantes. As imagens que mostram
que a realidade é o oposto disso ficam restritas às redes virtuais. Às páginas cibernéticas,
cujo alcance é menor e muito mais segmentado que o das mídias tradicionais.
Com apoio da ditadura da mídia empresarial, os aparatos repressivos estatais tentam implantar “democracias
policiais” pelo mundo. Que o destino de Yanukovich sirva de alerta para aqueles que ocupam os governos. Enquanto oscilam entre a cumplicidade assassina e a omissão
covarde, o fascismo se prepara para dar o bote.
Leia também: Protestar não é crime.
Governar pode ser
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