Está no Congresso Nacional um
projeto de lei que pretende declarar o hip-hop “manifestação de cultura popular
de alcance nacional”. Algo parecido com o que aconteceu com o funk no estado do
Rio de Janeiro.
Em 2007, uma resolução do
secretário estadual de segurança José Mariano Beltrame proibia a realização de
eventos de culturais, esportivos e sociais sem a autorização policial prévia em
algumas áreas do Rio de Janeiro. O maior alvo da medida eram os bailes funks nos
bairros pobres.
Em 2009, entrou em vigor a lei
que define o funk como movimento cultural popular. Desde então, o gênero
musical passou a ser parte do patrimônio cultural oficial do Rio de Janeiro. A resolução
de Beltrame não poderia mais ser aplicada.
Mas os bailes continuam sendo
reprimidos pela Polícia Militar. O que não é de se estranhar. Se a polícia mata
e executa pobres à revelia da lei, por que respeitaria manifestações culturais?
Outra proposta legislativa relacionada
ao hip-hop pretende profissionalizar seus integrantes. Esta é do deputado
Romário e é ainda mais complicada. Prevê, por exemplo, criar figuras como o
aprendiz e o estagiário de hip-hop!
Por trás dessas propostas há quem
queira controlar um movimento cultural que nasceu rebelde. São forças ligadas a
governos e ao empresariado, com grande auxílio de ONGs oportunistas. As atividades
desenvolvidas pelos adeptos do hip-hop podem ser profissionalizadas sem
necessidade de transformá-lo em uma atividade laboral.
Para entender melhor o que está
em jogo nessa questão, acesse o documento do coletivo Lutarmada, aqui. “Por um Hip Hop autônomo e combativo”.
Leia também: Não
à pacificação do hip-hop!
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