Em seu blog, Mário Magalhães lembrou os 75 anos da morte de
Trotsky com o belo poema “O velho León e Natalia em Coyoacán” que lhe dedicou Paulo
Leminski.
Leminski também escreveu a pequena biografia “trótski – a paixão segundo a revolução”. Nela o poeta saúda a recusa de Trotsky em instrumentalizar ideológica e politicamente a arte e cita sua famosa frase: “A arte só pode ser o grande aliado da revolução na medida em que permanecer fiel a si mesma”
Leminski também poderia ter homenageado Che Guevara. Mas este, seu contemporâneo, receberia as honras em pessoa e numa mesa de bar.
No conto “Guevara em Curitiba”, Valêncio Xavier imaginou o Che desembarcando disfarçado na rodoviária curitibana a caminho da Bolívia. Era 1966, plena ditadura. Todo cuidado era pouco. Mas um bêbado o reconhece e insiste em lhe chamar pelo nome. Arrasta-o para uma pinga, umas tragadas de charuto e ainda o convence a cantar o trecho de um bolero.
Guevara finalmente livra-se da situação inconveniente e parte. O conto não nomeia o bêbado, mas tem graça imaginá-lo como sendo Leminski. Mais divertido ainda seria vê-lo surpreender Trotsky em pessoa desembarcando de outro ônibus. Pronto para ser arrastado para novos goles, conversas, cantorias.
Havia algo de trotskista na disposição internacionalista de Guevara, que abandonou seus cargos governamentais em Cuba para tornar a revolução permanente. Havia algo nas convicções estéticas de Trotsky que conquistou o respeito de Leminski. Há algo dos três nos versos do poeta paranaense, que dizem:
Leminski também escreveu a pequena biografia “trótski – a paixão segundo a revolução”. Nela o poeta saúda a recusa de Trotsky em instrumentalizar ideológica e politicamente a arte e cita sua famosa frase: “A arte só pode ser o grande aliado da revolução na medida em que permanecer fiel a si mesma”
Leminski também poderia ter homenageado Che Guevara. Mas este, seu contemporâneo, receberia as honras em pessoa e numa mesa de bar.
No conto “Guevara em Curitiba”, Valêncio Xavier imaginou o Che desembarcando disfarçado na rodoviária curitibana a caminho da Bolívia. Era 1966, plena ditadura. Todo cuidado era pouco. Mas um bêbado o reconhece e insiste em lhe chamar pelo nome. Arrasta-o para uma pinga, umas tragadas de charuto e ainda o convence a cantar o trecho de um bolero.
Guevara finalmente livra-se da situação inconveniente e parte. O conto não nomeia o bêbado, mas tem graça imaginá-lo como sendo Leminski. Mais divertido ainda seria vê-lo surpreender Trotsky em pessoa desembarcando de outro ônibus. Pronto para ser arrastado para novos goles, conversas, cantorias.
Havia algo de trotskista na disposição internacionalista de Guevara, que abandonou seus cargos governamentais em Cuba para tornar a revolução permanente. Havia algo nas convicções estéticas de Trotsky que conquistou o respeito de Leminski. Há algo dos três nos versos do poeta paranaense, que dizem:
En
la lucha de clases
todas
las armas son buenas
piedras,
noches,
poemas.
Gostei da proposição do encontro entre os três. Me chamou muito a atenção. Gostei da pílula que fez. Quanto a Trotsky e sua posição em relação as artes, tenho minhas dúvidas. Tentei achar onde ele fala que sempre existirá o exército vermelho caso as artes venham a se deturpar, ou algo assim. Se achar te mando. Tem também suas posições sobre a arte revolucionária que só virá a existir após o estabelecimento da sociedade socialista. Bem, acho que é uma grande polêmica. Abraço e parabéns pela tirada do trio.
ResponderExcluirSim, Marião, grande polêmica.
ResponderExcluirValeu!