Há 80 anos, começava a Guerra Civil Espanhola. Ao lado
dos fascistas, Hitler e Mussolini. Do lado republicano, o apoio tímido de
alguns governos ocidentais e um pouco mais animado dos soviéticos.
Uma boa dica para entender esse cenário é “Lutando na
Espanha”, livro de George Orwell, que lutou ao lado dos republicanos. Em
Barcelona, ele registrou o seguinte cenário:
Os garçons e lojistas encaravam as
pessoas frente a frente e tratavam os fregueses como seus iguais. As formas
servis e cerimoniosas de tratamento desapareceram temporariamente, e ninguém
dizia mais "Señor", ou "Don", ou mesmo "Usted", e
todos se chamavam "Camarada" e "Tu", dizendo "Salud!",
ao invés de "Buenos dias". Dar gorjetas era proibido por lei, e uma
de minhas primeiras experiências ao chegar fora receber uma bronca do gerente
de hotel, por querer dar gorjeta ao ascensorista.
Além disso, no exército, diz ele, a hierarquia praticamente
havia desaparecido, de modo que “quando se dava uma ordem, dava-se como um
camarada a outro, e não como superior ao inferior”.
O problema é que este espírito libertário começou a
incomodar os governos envolvidos. Inclusive o soviético, àquela altura tomado
pelo autoritarismo stalinista.
É por isso que Orwell explica o desfecho da guerra do
seguinte modo:
Os nazistas e italianos deram armas a
seus amigos fascistas espanhóis, e as democracias ocidentais e os russos não as
deram (...). Foi assim que a República espanhola caiu...
O fato é que as potências antifascistas preferiram correr
o risco de uma vitória fascista a fortalecer o exemplo dado pelos milhares de mulheres
e homens que lutavam por liberdade na Espanha.
Buscava-se uma Sociedade realmente Socialista, más que Libertaria. Fato que incomodava aos Capitalistas e aos Stalinistas.
ResponderExcluirSim, usei o termo libertário para também incluir os anarquistas como defensores de um socialismo não autoritário.
ExcluirObrigado pelo comentério