O PT gostava de se apresentar como o campeão da “ética na
política”. Mas seu maior erro foi confundir moralidade com legalidade. Roubos, subornos,
compra de votos, superfaturamentos são crimes, não apenas condutas vergonhosas.
O campo da ética, propriamente dito, é aquele que envolve
a escolha entre condutas consideradas adequadas ou inadequadas. Não diz
respeito a atos legais ou ilegais. É aí que entra a situação que o partido de
Lula criou para si mesmo.
Quando prometo algo e cumpro, estou tendo um
comportamento ético. Mas se cumprir essa promessa envolve a morte de alguém,
minha ética é criminosa e devo ser punido por ela.
Quando o PT passou a cometer ilegalidades para ocupar e
manter postos no sistema político, adotou os valores morais que nele
predominam. Esperava, portanto, tratamento semelhante ao que recebem aqueles
que têm o mesmo comportamento. Ou seja, contava com a impunidade.
Acontece
que os valores morais que orientaram a fundação do PT eram outros. O partido nasceu das lutas contra a legalidade suja da
ditadura empresarial-militar. Foi parido e se criou na condição de péssimo
exemplo para a educação moral e cívica dos generais. Pior que isso, tornou-se referência
para amplos setores dos explorados e oprimidos.
Tudo isso
rendeu ao PT o eterno ódio dos poderosos. Mas estes souberam esperar. Os mais
astutos entre eles atraíram o partido para suas armadilhas institucionais. E quando
surgiu a oportunidade certa foi condenado pelos mesmos crimes que seus inimigos
cometem, mas pelos quais jamais responderão.
Eis aí a ética que prevalece na política institucional. Nela
moralismo e criminalidade coincidem e se reforçam mutuamente.
Muito bom.
ResponderExcluirValeu!
ExcluirAnálise perfeita!!!
ResponderExcluirObrigado, Déa.
ExcluirAbraço