China Miéville é autor do livro "Estação
Perdido", recém-lançado no Brasil.
Ele é marxista, formado em Antropologia Social, mestre e doutor em
Relações Internacionais e membro do Partido Socialista Inglês.
Seu gênero literário é a ficção científica. Das mais
loucas, mas também preocupada com questões sociais, raciais, ideológicas. O
romance tem uma profusão de seres das mais diversas espécies. Eles vivem
amontoados em cidades sujas, enfumaçadas, atravancadas e dominadas por minorias
ricas, poderosas e cruéis.
Isaac Dan der Grimnebulin, o personagem principal, é um
cientista humano meio louco. Sua namorada é uma artista plástica que tem um
besouro no lugar da cabeça. O racismo entre as espécies não permite que eles
assumam sua relação em público.
Uma entidade chamada Tecelão manipula as dimensões da
realidade como se fossem fios de um tear. Mas o faz de modo caótico e
delirante.
As grandes vilãs são as “mariposas-libadoras”. Elas sugam
as mentes de suas vítimas, transformando-as em corpos inertes, que só defecam e
babam.
Imunes a seus ataques apenas as máquinas, que não têm
consciência, e o Tecelão, para quem sonhos e consciência são uma coisa só.
Para derrotá-las, Grimnebulin constrói um engenho de crise.
Uma complexa combinação do cérebro cibernético das máquinas, da consciência
onírica do Tecelão e da mistura de consciente e inconsciente da mente humana.
Essa combinação pretende aproveitar o que há de mais abundante na realidade
social para derrotar as borboletas vampiras: as crises.
Qualquer semelhança com nossa realidade, rasgada por contradições,
repleta de crises e à mercê de uma ideologia dominante que mutila nossas
capacidades mentais, talvez seja mera coincidência. Talvez...
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