Prosseguindo a leitura do livro “Capitalismo e Social Democracia”,
de Adam Przeworski, é importante trazer a contribuição de Rosa Luxemburgo.
Afinal, a grande revolucionária alemã foi duplamente
pioneira ao tratar da dualidade reforma ou revolução que dá nome a seu mais
famoso livro.
Por um lado, foi a primeira a denunciar os riscos do
reformismo no interior do movimento socialista.
Por outro, Rosa apressou-se a advertir que opor reformas
e revolução é uma das formas mais eficazes de abandonar a segunda para ficar
apenas com as primeiras.
Tratava-se, dizia ela, de estabelecer uma relação
dialética entre esses dois elementos, sem a qual a destruição do capitalismo
permaneceria um objetivo distante e utópico.
São as reformas que colocam grandes parcelas do
explorados e oprimidos em movimento, afirmava a autora. Mas é preciso mostrar
que o reformismo não é apenas um caminho mais longo em direção a uma sociedade
justa. Ele implica o próprio abandono desse caminho, concluiu.
Przeworski confirma essa avaliação quando diz que:
...o reformismo sempre foi justificado
pela crença de que reformas são cumulativas, que constituem passos que levam em
alguma direção. A atual política de socialdemocratas pela sua própria lógica
não permite a acumulação de reformas.
Em plena reversão das tímidas conquistas do período
petista no Brasil, fica difícil discordar. Mas isso já aconteceu em outros
momentos e em outros países. Por que, então, o caminho reformista segue resistente?
Parte da resposta a essa questão está relacionada ao
“keynesianismo”. Segundo Przeworski, esta teoria econômica foi fundamental para
a consolidação do reformismo na Europa. Este o tema da próxima pílula desta
série.
Sergio, boa a serie. Eu acho que tanto no PT, como em outros partidos sociaisdemocratras europeus, não tem tensão, não tem dialética, não tem relação mais alguma entre reforma e revolução. É simplesmente o abandono da revolução em favor de só reformas. Aliás, não conheço nenhuma revolução que foi resultado do acúmulo de reformas. Abraços.
ResponderExcluirValeu, Marião.
ExcluirBom, na verdade, acho que revoluções quase sempre resultam de conquista de reformas, ou seja, de vitórias que aumentam a confiança da classe para um passo mais decisivo, mas isso tem que acontecer pela luta, não por maiorias parlamentares ou conquistas de governo por via eleitoral.
Bração!