Quando
a Revolução de Fevereiro estourou, Lênin e várias lideranças
bolcheviques estavam exilados na Suíça. Era preciso voltar
imediatamente à Rússia.
Mas
as fronteiras europeias estavam trancadas pela guerra mundial. Como o
conflito opunha russos e alemães, a estes últimos interessava
colocar os bolcheviques na Rússia para desestabilizar seu governo.
Lênin,
porém, pensava de modo diferente: "A liderança
revolucionária bolchevique é muito mais perigosa para o poder e o
capitalismo dos alemães que o governo provisório de Kerensky".
Foi assim que, determinados a derrotar tanto a burguesia russa como a alemã, os bolcheviques embarcaram num trem alemão blindado, que saiu da Suíça,
atravessou Alemanha, Suécia e Finlândia, chegando a Petrogrado em
abril de 1917.
Vitoriosa
a Revolução de Outubro, foi assinado o tratado de paz com a
Alemanha, impondo pesadas perdas territoriais aos russos. Mas era um
preço baixo a pagar pelo fim da guerra. Vidas valem muito mais que
terras.
Na
sua “História da Revolução Russa”, Trotsky cita palavras do
poderoso general alemão Ludendorff sobre a decisão de permitir o
retorno de Lênin à Rússia: "Jamais poderia supor que isso se
transformaria no túmulo de nossas pretensões".
Por
outro lado, parte importante das expectativas de Lênin foi
frustrada. A revolução russa mostraria o caminho para a revolução
alemã. E esta seria fundamental na defesa daquela.
Para
ele e Trotsky, se não ocorressem revoluções na Europa ocidental, o
futuro da Rússia revolucionária estaria gravemente ameaçado.
Infelizmente,
foi o que aconteceu. Isolada, a nascente república soviética foi
cercada e sangrada pelos capitalistas até cair vítima da
contrarrevolução stalinista.
De
qualquer maneira, Lênin jamais admitiria perder aquele trem.
Leia
também: A
importância de um cossaco na Revolução de 1917
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