Anthony Elliott é
professor de sociologia das universidades South Australia e Keio, no Japão. Em 31/12,
publicou artigo na Folha discutindo um novo tipo de individualismo.
Segundo ele, o
individualismo atual “nos encoraja a mudar tão completa e tão rapidamente que
nossas identidades se tornam descartáveis”.
Ele cita o filósofo e
escritor estadunidense Don DeLillo, para quem:
...o
capitalismo mundial gera transformações à velocidade da luz, não só em termos
do movimento súbito de fábricas, migrações em massa de trabalhadores e
transferências instantâneas de capital líquido, mas em “tudo, da arquitetura ao
tempo de lazer, à maneira pela qual as pessoas comem, dormem e sonham”.
Ora, em 1848, o Manifesto Comunista já afirmava que a
burguesia “não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de
produção, por conseguinte, as relações de produção, e com isso, todas as
relações sociais”.
Em relação ao mundo “profissional”,
Elliott afirma:
A
morte da ideia de uma carreira (uma vida de trabalho) desenvolvida
dentro de uma só organização foi interpretada por alguns como sinal de uma nova
economia —flexível, móvel, operando em rede. O financista e filantropo
internacional George Soros argumenta que transações tomaram o lugar dos relacionamentos
na economia moderna.
As transações que
tomam o lugar dos relacionamentos identificadas por Soros continuam a movimentar
mercadorias, ainda que, atualmente, muitas delas nem existam e circulem por meio de pulsos eletrônicos.
O conceito de
“fetichismo da mercadoria” apresentado em “O Capital” diz algo muito parecido. É a relação entre as mercadorias ocupando o lugar da relação entre as
pessoas.
Soros, DeLillo e
Elliott poderiam dar os devidos créditos a Marx e Engels.
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