Estamos de volta ao
livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, de Ailton Krenak, líder indígena e
ambientalista.
A proposta da obra é “sempre
poder contar mais uma história. “Se pudermos fazer isso, provoca ele, estaremos
adiando o fim do mundo”.
Em um desses relatos
Krenak conta que no Equador, na Colômbia, nos Andes, enfim, há “lugares onde as
montanhas formam casais. Tem mãe, pai, filho, tem uma família de montanhas que
troca afeto, faz trocas.”
Em oposição a isso,
tem uma “uma humanidade, vamos dizer, bacana”, ironiza o autor. Uma gente que
olha com desprezo para esses mitos. Ignora que há entre nós:
...uma
camada mais bruta, rústica, orgânica, uma sub-humanidade, uma gente que fica
agarrada na terra. Parece que eles querem comer terra, mamar na terra, dormir
deitados sobre a terra, envoltos na terra.
Segundo Krenak, é o
desprezo a essa gente rústica que vem distanciando toda a humanidade do seu
lugar, da terra como casa, provedora e mãe. Enquanto isso, “um monte de
corporações espertalhonas vai tomando conta”.
Para que não pensem
que ele está inventando mais um mito, o do monstro corporativo, nosso contador
de histórias avisa: “ele tem nome, endereço e até conta bancária. E que conta!”
E são elas, essas
corporações, que “têm criado cada vez mais mecanismos para separar esses
filhotes da terra de sua mãe”.
O livro é anterior ao que está
acontecendo hoje no Equador, mas com certeza seu autor diria que, por lá, os
filhotes não estão aceitando passivamente as violências cometidas contra sua mãe.
Viva a luta indígena no Equador e no
mundo!
Lindo, Serginho, vibrante. Gostei. Vai ganhar mais um beijo pela emoção.
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