“Ideias para adiar o
fim do mundo” é o mais recente livro de Ailton Krenak, líder indígena e
ambientalista.
O apocalipse sempre
esteve muito perto dos povos originais das Américas graças à fúria exploradora
dos colonizadores europeus.
Tendo em vista essa
terrível experiência, Krenak faz perguntas e imagina respostas:
Como
os povos originários do Brasil lidaram com a colonização, que queria acabar com
o seu mundo? Quais estratégias esses povos utilizaram para cruzar esse pesadelo
e chegar ao século XXI ainda esperneando, reivindicando e desafinando o coro
dos contentes? Vi as diferentes manobras que os nossos antepassados fizeram e
me alimentei delas, da criatividade e da poesia que inspirou a resistência desses
povos...
Krenak diz que os brancos
chegaram aqui impondo a Bíblia, a cruz, o colégio, a universidade, a estrada, a
ferrovia, a mineradora, a porrada. Mesmo assim, os indígenas continuam aí,
resistindo.
É por isso que, em
2018, ao ser perguntado sobre o que aconteceria a seus parentes caso Bolsonaro
fosse eleito, ele respondeu:
Tem
quinhentos anos que os índios estão resistindo. Eu estou preocupado é com os
brancos. Como que vão fazer para escapar dessa. A gente resistiu expandindo a
nossa subjetividade, não aceitando essa ideia de que nós somos todos iguais.
Afinal, diz ele, “ainda
existem aproximadamente 250 etnias que querem ser diferentes umas das outras no
Brasil, que falam mais de 150 línguas e dialetos”.
É toda essa
resistência na diversidade que o faz recomendar que adotemos uma espécie de “tai
chi chuan” da luta indígena: “Quando você sentir que o céu está ficando
muito baixo, é só empurrá-lo e respirar”.
Muito legal, bacana mesmo. Em tempos sombrios nada como o conhecimentos dos povos antigos.
ResponderExcluirValeu!
ExcluirO conhecimento e a resistência dos povos originários têm sido tônicas mais efetivas do q as políticas dos brancos para a manutenção de muitas de nossas áreas naturais remanescentes.
ResponderExcluirGrande abraço!