Algumas pílulas abordam
essas contradições. É o caso de “Um Lenin anarquista, louco, isolado”,
que relata o modo como foram recebidas suas Teses de Abril, em 1917. O episódio mostra
como é falsa a ideia de que o partido bolchevique fosse dirigido de forma
ditatorial por Lenin.
“Lênin, o grande navegador e suas dúvidas” recomenda a leitura
de “Reconstruindo Lênin”, biografia intelectual do marxista húngaro Tamás
Krausz. Nela ficamos sabendo, por exemplo, que o grande navegador também teve
sérios momentos de incerteza. Principalmente, quando as esperadas revoluções na
Europa ocidental faltaram ao encontro com a História.
“Quando nem a dialética de Lênin funciona” mostra como a situação
do Estado soviético no início dos anos 1920 era tão complicada que nem
a sofisticada dialética política de Lênin deu conta de suas contradições.
Em “Aventureiros e mafiosos no poder soviético” ficamos sabendo que nos
primeiros meses da revolução, Lênin já identificava certo número de
aventureiros e mafiosos ocupando posições de autoridade. Gente cuja vocação
para a corrupção e o autoritarismo, Stálin saberia utilizar mais tarde na
contrarrevolução que viria a liderar.
“União Soviética: preservando o estado às custas da revolução” discorre
sobre como Stálin inverteu a lógica libertária presente na obra “O Estado e a
Revolução”, de Lênin.
Finalmente, “A grandeza e a tragédia da Revolução Russa” traz fragmentos
de autoria de Victor Serge e Vassili Grossman. Ambos lamentando que a revolução
liderada por Lênin tenha se transformado em seu oposto sob o stalinismo.
Leia também: Stalinismo:
um cadáver a ser dissecado
Quer dizer que foi a morte dele (?), por isso andei ouvindo muita gente falando. Não que estivesse esquecido, ou precisasse estar morto para isso. Até seus opositores reconheciam sua extraordinária inteligência, capacidade intelectual e tirocínio político. Hoje, estes atributos estão cindidos no campo da esquerda, tendo alguns com uma, umas (não todas) e nenhuma. Volta Lenin, volta. Boa lembrança e boas Pílulas sobre o camarada, camarada.
ResponderExcluirMuita gente falando? Você tá muito bem de amigos e conhecidos. O fato é que tô nesse lance de denunciar o neoestalinismo e nada como lembrar que Lênin não tem nada a ver com Stálin. Pelo menos, não diretamente. Valeu, camarada!
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