Populistas, nesse caso, seriam Trump, Bolsonaro, Boris Johnson...
Mas o fato é que populismo tem sido o conceito favorito da grande mídia e de seus “especialistas” quando se trata de evitar termos mais pesados, como fascismo.
Afinal, como considerar fascista um governante como Bolsonaro e continuar a apoiar muitas de suas decisões?
No seu livro “As novas faces do fascismo”, Enzo Traverso tenta esclarecer essa confusão.
Para o consenso estabelecido, diz ele, populismo seria “um procedimento retórico que consiste em exaltar as pessoas comuns, opondo-as à elite (...) a fim de mobilizá-las contra o ‘sistema’”.
Segundo essa categorização capenga, populistas seriam Sarkozy, Berlusconi e Orbán, assim como Chávez, Morales e Kirchner. O problema é que são ignoradas as muitas diferenças ideológicas radicais entre essas lideranças.
Chávez, por exemplo, seria um populista porque usaria a demagogia como técnica de comunicação. Mas seu populismo era a forma mais consistente de resistência política contra a globalização neoliberal em seu país, afirma o autor.
Já, os partidos “populistas” da Europa Ocidental se caracterizam por suas propostas xenófobas e racistas, procurando retirar direitos e conquistas das camadas mais baixas e marginalizadas da população.
Nesse último caso, trata-se de fascismo, não de populismo. E a forma como vêm reagindo à atual pandemia só reafirma isso. Trump e Bolsonaro infestam o ar de fascismo sempre que abrem a boca para falar sobre o coronavírus.
Voltaremos ao tema, pois nos interessa desenvolver defesas eficazes tanto contra o coronavírus como contra o fascismo.
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