Em certa fase de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transformam-se em seus entraves. Surge, então, uma época de revolução social. A transformação que se produziu na base econômica transforma mais ou menos lenta ou rapidamente toda a colossal superestrutura.
O trecho acima é do Prefácio à “Contribuição à Crítica da Economia Política”, de Marx. Desde 1859, quando foram escritas, estas poucas linhas já renderam muitos milhares de páginas e outro tanto de horas de debate.
Mas para efeitos dessa modesta pílula, digamos apenas que forças produtivas seriam algo como vapor, eletricidade, petróleo, energia nuclear, informática, internete, inteligência artificial, nanotecnologia, impressão 3d, sequenciamento genético, telefonia 5G...
Ou seja, são tecnologias e recursos capazes de eliminar muito trabalho indesejável. De diminuir ou acabar com dores, doenças, sofrimento. De possibilitar deslocamentos rápidos e comunicação instantânea. Enfim, de assegurar um nível de bem-estar inédito à espécie humana.
Aí, entram as relações de produção. No capitalismo, elas limitam todo esse bem-estar a uma minúscula minoria que pode comprá-lo e ainda lucra monopolizando o acesso a ele.
É esse enorme desequilíbrio que, nos tempos de Marx, ameaçava a vida social. Mas desde então, essa instabilidade também se manifestou no nível ambiental. A natureza vem tendo seus limites tensionados ao extremo. Podem surgir catástrofes climáticas, colapsos alimentares, pandemias terríveis. E pode surgir tudo isso junto.
É a “época da revolução social” de que Marx falava, mas com prazos cada vez mais apertados. Ou nos apressamos ou grande parte da humanidade pode perecer.
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Sim. Isso mesmo. Grande parte da humanidade vai perecer nas próximas quinzenas
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