Doses maiores

2 de dezembro de 2020

Trabalhadores de videogames do mundo, uni-vos!

Em agosto de 2012 foi criado o Sindicato de Trabalhadores Independentes da Grã-Bretanha. A entidade começou organizando faxineiros, carregadores, seguranças e outros trabalhadores de universidades. Em seguida, vieram os trabalhadores de acolhimento, motoristas de Uber, ciclistas mensageiros e motociclistas de entrega. 

Embora possa parecer estranho, os trabalhadores de videogame se juntaram à organização, porque ela une profissionais que foram deixados de fora dos esforços de organização dos sindicatos tradicionais. 

Já a “Coalizão de Trabalhadores de Tecnologia”, organiza trabalhadores dentro e em torno da indústria de tecnologia, mas também líderes comunitários. Tem sede nos Estados Unidos e é particularmente ativa em Seattle. São trabalhadores em todos os níveis da indústria de tecnologia, desde os serviços alimentícios ao nível de programação e engenharia.
 
Em 2016, dubladores da indústria de videogames dos Estados Unidos entraram em greve. A paralisação durou mais de um ano, terminando com conquistas parciais importantes. No mesmo ano, 21 trabalhadores entraram em greve na Eugen Systems, um estúdio de videogame francês.

Foram dois movimentos pioneiros, que causaram um grande impacto em toda a indústria. O fato é que no desenvolvimento de jogos, todos estão constantemente interagindo com todos. Funciona como uma linha de montagem integrada a uma grande rede. Envolve programadores, artistas e outras funções auxiliares. Se alguns deles entram em greve, todo o estúdio para.

Todas as informações acima estão no livro “Marx no Fliperama”
de Jamie Woodcock. E mostram que onde quer que haja trabalhadores sendo explorados, eles sempre serão capazes de se organizar e resistir. Seja qual for o nível de dificuldade, não há jogo que não possa ser vencido.

Leia também: Videogames anticapitalistas. Eles existem

2 comentários:

  1. Sergio, ando lendo essa sequência de Pílulas sobre videogames meio de lado. Eu não me atrevi a comentar favoravelmente ou desfavoravelmente a criação de jogos eletrônicos que teriam um conteúdo anticapitalista. Tenho dúvidas se estes jogos possam ter um conteúdo que posso subverter, ou até mesmo se contrapor, a engenharia que tais jogos principais apresentam. Não sei mesmo, tenho dúvidas e vou pensar. Agora, esta Pílula fala sobre os trabalhadores de informática e de videogames. Fiquei surpreso com as informações sobre movimentos grevistas e outros nessa área. Como sabe fui da área de informática muitos anos, cheguei até a participar ligeiramente do Sindicato dos Profissionais de Processamento de Dados. Teria a falar sobre a organização desses profissionais, e teria mais dúvidas ainda. Mas, rapidamente, não sei fora do Brasil, mas dentro, acho difícil, muito difícil o uni-vos. Os de videogames acho mais ainda. Mas aí é muita discussão.

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  2. É, muita discussão. O "uni-vos" anda difícil em geral, mas já houve categorias consideradas inviáveis do ponto de vista da unidade, como a dos portuários, e depois deram um jeito de se unir. Mas é isso. Tentativas...

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