Para os imigrantes protestantes e de outras denominações religiosas, estava fora de questão pensar que os habitantes da região pudessem ser seres humanos como os brancos, com direito à terra, moradia, alimentação, vida social e espiritualidade próprias.
É assim que Moema Viezzer e Marcelo Grondin introduzem a história da colonização europeia do norte do continente americano em seu livro "Abya Yala!: Genocídio, resistência e sobrevivência dos povos originários do atual continente americano".
Em menos de 100 anos, dizem eles, todo o litoral atlântico já era uma região habitada por imigrantes europeus que roubavam os territórios dos nativos para colonização, sob o poder e a autoridade da Coroa britânica.
Depois que se emanciparam do domínio britânico, os estadunidenses acreditavam ser o momento de seguir seu “Destino Manifesto”. Essa doutrina representava a convicção de que a população branca dos Estados Unidos era o povo “eleito por Deus para civilizar a América... e possuir todo o continente”, conforme lhes tinha sido concedido pela “Divina Providência”. Expandir os Estados Unidos significava “realizar a vontade divina”.
Eram três as estratégias para assegurar o expansionismo e transformar o país numa grande potência:
– compra ou anexação diplomática de territórios;– guerras contra outros países para anexar-lhes seus territórios;– guerras contra os povos indígenas para apropriar-se de seus territórios.
Resultado, mais imigrantes europeus e menos habitantes nativos, dizimados por epidemias trazidas pelos europeus, guerras e remoções forçadas de seus territórios.
De George Washington a Joe Biden, passando pelos drones assassinos de Obama e pelo racismo escancarado de Trump, é inegável que o Destino Manifesto continua a ser a principal doutrina dos Estados Unidos.
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