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15 de outubro de 2021

Estados Unidos, escola de genocídio

Mais informações do livro "Abya Yala!", de Moema Viezzer e Marcelo Grondin.

Antes da chegada dos europeus, o território dos Estados Unidos era habitado por aproximadamente 18 milhões de nativos. No século 21, essa população reduziu-se a aproximadamente 2,5 milhões de habitantes, ou seja, 13% do total original.

Tamanha redução foi produto de um processo violento de colonização, tal como aconteceu ao sul do continente. Mas se houve muitas semelhanças com os processos latinos, também houve algumas grandes diferenças.

Na América do Norte, os próprios imigrantes financiavam o transporte e os equipamentos para seus familiares e empregados; outros tinham o patrocínio de companhias particulares. Uma situação bem diferente da de Colombo e Cabral, que tinham embarcado rumo às colônias com o patrocínio das Coroas de Espanha e Portugal, respectivamente.

Nos atuais países da América Latina, o genocídio durou aproximadamente um século. A degradação ocasionada pelo trabalho escravizado foi notória, mas não houve uma política de limpeza étnica decretada por governos. Não se impedia a mestiçagem de brancos com indígenas, o que deu margem a uma significativa população mestiça.

Nos Estados Unidos, o genocídio durou três séculos. Começou com ações de particulares, sobretudo de protestantes, que deixavam a Grã-Bretanha por motivos religiosos e políticos. Não aceitavam a miscigenação com as populações indígenas, que consideravam decadentes. No século 18, instalou-se uma política nacional de limpeza étnica para dar lugar aos brancos.

Os Estados Unidos se tornaram, nesse assunto, uma escola para o genocídio praticado posteriormente pelos ingleses contra os bôeres na África, em 1903, e para o holocausto dos judeus, promovido por Hitler.

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