Estima-se que entre 400 mil e um milhão de trabalhadores digitais “garimpam ouro” em ambientes de videogames no mundo todo.
Funciona assim: há áreas de alguns videogames muito populares destinadas à coleta de pontos simbolizados por ouro ou outras formas de riqueza. Os garimpeiros entram neles apenas para cumprir essa tarefa, utilizando contas inventadas por seus “empregadores”. A premiação recolhida é posteriormente vendida a outros participantes.
Também há pessoas pagas para avançar pelos vários níveis do jogo, acumulando poder, habilidades, armas e pontos. Depois, a conta é entregue ao comprador, que economiza tempo e esforço.
Uma terceira forma de trabalho digital consiste em formar grupos com dezenas de jogadores de alto nível, que agem como um exército de mercenários virtuais para clientes que precisam de apoio para lutar contra inimigos nos níveis finais dos jogos.
Por ser uma indústria global paralela, é difícil estimar o tamanho das receitas desse tipo de atividade, mas estima-se que variam de US$ 300 milhões a US$ 10 bilhões anuais.
Um dos garimpeiros descreve seu cotidiano: “Sete dias por semana, fazendo pelo menos 10 horas de garimpagem, olhando para a tela do computador, parado no mesmo cenário do jogo”. Mas há problemas mais graves.
Os jogos são compartilhados por milhares de participantes. Como a grande maioria é recrutada em países periféricos, quando os “garimpeiros” são surpreendidos pelos jogadores regulares, costumam receber pesadas ofensas racistas e, muitas vezes, são eliminados por hordas de participantes que concentram neles seus ataques.
As informações acima estão no livro “A Fábrica Digital”, de Moritz Altenried. Mostram como é brutal o jogo do capitalismo digital.
Leia também: O taylorismo do capitalismo digital
Caramba, surpreendente. Não fazia ideia.
ResponderExcluirNem eu
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