O fantasma alardeado pela direita fanatizada é o comunismo. A mera defesa de direitos básicos, liberdade de comportamento, diversidade religiosa e sexual, combate à desigualdade, a estupidez fascista transforma em silenciosa e sistemática revolução comunista. Segundo esses maníacos-repressivos, nossos ordeiros partidos de esquerda defenderiam programas tão radicais quanto o repertório dos primeiros discos dos Titãs ou dos Racionais.
Mas os fanáticos da direita neoliberal também têm um comunismo pra chamar de seu. É o “populismo econômico”, no qual se enquadra qualquer um que ouse apenas desconfiar da “austeridade fiscal”. Uma fórmula econômica grosseira que se resume ao “não pode gastar mais do que se arrecada”. Mantra que só não serve quando se trata de pagar a impagável dívida pública.
Sob essa ladainha presente na grande maioria dos textos editoriais e colunas de especialistas medíocres, esconde-se o escoadouro de recursos públicos para a roleta do cassino das Letras do Tesouro Nacional, em torno da qual sentam-se banqueiros e grandes empresários em geral. Tanto locais como alienígenas.
É isso que explica a teima do BC em manter os juros altos, apesar das humildes genuflexões petistas diante desse altar da ortodoxia neoliberal. Esse episcopado zeloso dos interesses de seitas como a da Faria Lima. Com mandato todo-poderoso, sem um único voto popular.
De modo que o governo Lula continuará acossado pelo fanatismo fascista e pela intolerância neoliberal. O primeiro atacou em 8 de janeiro e não pretende parar. O segundo faz o mesmo há décadas e deve continuar. Ambos mal disfarçam sua simpatia mútua, baseada no ódio aos pobres e a qualquer política com cheiro de redistribuição de renda.
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Gostei. Boa a expressão " maníacos-repressivos", uma categoria que não tem nada em comum com os maníacos depressivos, os primeiros afetam os outros; os segundos creio que mais a eles mesmos.
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