Os 5% mais ricos da população se apropriam de metade do crescimento econômico do país, enquanto os 50% mais pobres vivem com menos de R$ 30 por dia. Metade dos brasileiros ganha menos de R$ 1.200 na média mensal.
Sem os 10% mais ricos, o Brasil seria um país igualitário. A desigualdade brasileira está concentrada no topo. A maior parte dos não-pobres é parecida com os pobres e fica entrando e saindo da pobreza. Já o grupo dos mais ricos é muito heterogêneo, com grandes variações de renda.
As desigualdades de gênero, raça e renda estão intimamente ligadas. Tratar a discriminação de negros e mulheres no mercado de trabalho a partir da noção de política identitária é um equívoco.
As afirmações acima são do sociólogo e economista Marcelo Medeiros, autor do livro recém-lançado “Os Ricos e os Pobres: o Brasil e a desigualdade“. Foram retiradas de várias entrevistas feitas com ele, que estão disponíveis na internete. São, por si só, muito esclarecedoras. E assustadoras, também.
É o caso da seguinte informação: “Para uma pessoa entrar para o grupo dos 10% mais ricos, basta receber R$ 3.800 reais mensais, trabalhando com carteira assinada”. Ou seja, muitos bancários ou professores podem pertencer ao mesmo grupo de renda de Paulo Lemann ou Abílio Diniz.
A questão é como combater uma concentração de renda tão grande. O autor considera muito difícil. E é preciso concordar com ele. Afinal, esse problema existe há muito tempo, sem maiores consequências, a não ser normalização da barbárie para a imensa maioria pobre. É a grande igualdade na tragédia sob uma enorme desigualdade no topo.
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Eu sempre me dou mal com números, esqueço, não lembro quando quero citar. Essa livro trás algumas coisas bem curiosas, como o que falta para ser rico, ou como sem os 10% mais ricos o país seria igualitário. Não parece tão simples acertar isso matematicamente.
ResponderExcluir“Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. É só inverter essa regra de Tolstoi: “Todas as famílias infelizes se parecem, cada família feliz é feliz à sua maneira”. Falando sério, isso significa que toda a luta por igualdade pode ser alheia à enorme maioria da população. Ela nem participa desse jogo.
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