“Bolsonarismo moderado”. Essa expressão anda provocando debates nas redes virtuais nos últimos dias. Teria surgido a partir de uma coluna publicada por Joel Pinheiro da Fonseca, na Folha de S. Paulo.
Moderação e bolsonarismo são incompatíveis. Mesmo assim, há quem acredite nessa possibilidade e acha que um dos candidatos a encarná-la seria o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Mas basta observar o desempenho do governador na segurança pública para constatar que o bolsonarismo é incapaz de ser moderado. O número de pessoas mortas por policiais militares em São Paulo mais que dobrou no primeiro trimestre deste ano. Tarcísio também promoveu no Guarujá a maior chacina desde a matança do Carandiru. Atrocidades que ele cita com orgulho.
Tarcísio sabe que qualquer moderação é eleitoralmente suicida para quem quer manter os votos bolsonaristas. O governador sustenta altos níveis de aprovação popular, não apesar da truculência de sua política de segurança, mas graças a ela.
O Bolsonarismo é uma espécie de fascismo. E o fascismo não se deixa moderar porque se alimenta de uma realidade social cujas consequências catastróficas castigam a grande maioria sem qualquer comedimento.
Foi assim no século passado, quando o liberalismo capitalista causou crises que mergulharam o mundo no fascismo e em duas grandes guerras. O mesmo está acontecendo agora, com o neoliberalismo provocando novas e maiores catástrofes, não só econômicas, mas humanitárias, sanitárias, ambientais e bélicas.
Combater o bolsonarismo é combater o fascismo. Mas só é possível derrotar ambos atacando o sistema que alimenta essas bestas feras. Quem fala em luta antifascista sem falar em luta anticapitalista ou está enganado ou está enganando.
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