Em seu livro “Enfrentando o Antropoceno”, Ian Angus lembra a crise do buraco da camada de ozônio, fenômeno causado pela utilização do clorofluorcarbono (CFC) em produtos como inseticidas, desodorantes, lubrificantes, perfumes e tintas.
O rompimento na camada de ozônio causa desequilíbrios no regime climático e torna a atmosfera terrestre vulnerável aos raios ultravioletas, acarretando diversos problemas de saúde.
Estima-se que cerca de 750 mil toneladas de CFC já haviam sido liberadas na atmosfera em 1970. Mas apenas no final dos anos 1980, após muita pressão da opinião pública mundial, as grandes empresas que utilizavam o CFC deixaram de usá-lo.
Mas o buraco continuou a aumentar até alcançar uma área sete vezes a do território brasileiro, em setembro de 2000. Desde então, diminuiu ligeiramente e permanece precariamente estável.
Há quem diga que a recuperação da camada de ozônio prova que o capitalismo pode resolver problemas ambientais globais: “Se as negociações internacionais puderam aliviar a crise de ozônio, por que não a do clima?”. Esse raciocínio ignora o fato de que o ozônio era utilizado apenas por um punhado de empresas. Em contraste, eliminar combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa exigirá uma transformação de décadas da economia global.
Os donos do capital têm grande dificuldade em olhar mais do que dez anos à frente. Os prejuízos que seus altos lucros custam ao resto do planeta não estão em seus balanços financeiros.
A crise do CFC foi a primeira “quase catástrofe” do Antropoceno, mas a menos que nos livremos da máquina suja do capitalismo, haverá muitas mais. Já não temos espaço para novos “quases”.
Leia também: Antropoceno: a era da sujeira capitalista
Dizem que a explosão da SpaceX do Husk Siberiano, em.2023, causou um buraco na camada de ozônio 🤦♂️
ResponderExcluirErrei. Foi na ionosfera.
ResponderExcluirQuem errou foi a humanidade, deixando um estúpido como Musk à solta
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