Em 1922, o geólogo soviético Aleksei Petrovich Pavlov propôs o conceito Antropoceno para caracterizar o período geológico marcado pela presença dos seres humanos, sucedendo a época do Holoceno. Mas a proposta não foi bem recebida.
Após reaparecer em algumas ocasiões sem sucesso, o conceito voltou a ser utilizado pelo químico Paul Crutzen, em fevereiro de 2000, em uma reunião do Programa Internacional Geosfera-Biosfera, no México. Desde então, vem ganhando unanimidade.
A questão que ainda divide os especialistas é sobre quando o Antropoceno teria começado. Mas um passo importante para tentar resolver a polêmica foi dado com a apresentação do documento “Mudança Global e o Sistema Terra”, no encontro internacional “Desafios de uma Terra em Mudança”, realizado em Amsterdã, em julho de 2001.
A publicação apresentava 24 gráficos: doze mostrando tendências históricas da atividade humana (crescimento do PIB, população, consumo de energia, uso de água, etc.) e doze abrangendo aspectos físicos como dióxido de carbono, redução da camada de ozônio, extinção de espécies, perda de florestas, etc.
Os gráficos mostraram um crescimento constante dos 24 índices, a partir do ano de 1750. Mas acusaram uma drástica elevação dos números de 1950 em diante. Ou seja, no momento em que se generalizava a utilização dos combustíveis fósseis pelo planeta.
As informações acima são do livro “Enfrentando o Antropoceno”, de Ian Angus. Não à toa, o autor chama a atual fase produtiva em que vivemos de capitalismo fóssil. Nele, as imundas máquinas a carvão da industrialização surgida na Inglaterra foram substituídas por motores ainda mais sujos, movidos pelo petróleo do capitalismo sob o domínio estadunidense.
Leia também: Enfrentando o Antropoceno com o ecossocialismo
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