“‘Blade Runner’, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’, ‘O Exterminador do Futuro’, ‘Matrix’. Essas produções cinematográficas representaram um dos maiores temores da humanidade: o da sinistra criatura que se emancipa de seu criador, aniquilando-o”, escreve Pablo Elorduy, no artigo “A máquina dos assassinatos em massa: Vale do Silício abraça a guerra”, publicado recentemente.
Mas, adverte ele no mesmo texto, a questão:
...não é se as máquinas um dia se erguerão para colocar sua bota sobre o rosto da humanidade, mas sim como já estão sendo usadas para travar guerras, violar liberdades civis e silenciar populações dissidentes.
Hasbora, Replicator, Hivemind são programas de inteligência artificial capazes de matar dezenas de pessoas com uma simples operação. Mas eles não funcionariam, em toda sua capacidade, sem os dados fornecidos pelas gigantes da tecnologia Google, Amazon, Microsoft, Meta e OpenAI, cada vez mais “alinhadas ao projeto cultural, econômico e político encarnado pelo novo César americano, Donald Trump”, diz Elorduy.
Sem as informações fornecidas por meio de acordos como o Projeto Nimbus assinado em 2021 pela Google e Amazon com as autoridades israelenses, afirma ele, as forças israelenses não seriam capazes de cometer o massacre da população de Gaza.
Para completar, no início de fevereiro passado, a Google eliminou de suas diretrizes uma cláusula que proibia o desenvolvimento de IA destinada a fins militares.
Tudo isso mostra que a presença dos donos das big techs na posse de Trump não ocorreu a contragosto. Ao mesmo tempo, a utilização militar de inteligência artificial é bem anterior ao primeiro governo Trump.
As criaturas robóticas são sinistras, realmente. Mas muito menos que seus criadores.
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Boa, o terror das máquinas não é no futuro, é aqui e agora, e mais, os seus responsáveis humanos alimentam e a dirigem politicamente.
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