Contaram menos os
muitos erros do partido que a pouca receptividade a uma militância que prega o socialismo
e combate o pragmatismo político. Faz parte desse quadro político uma relativa
satisfação popular com a atual situação do País.
Muitos de nós
reagiram citando “O analfabeto político”, de Bertold Brecht. O famoso texto
chama de burro os que estufam o peito dizendo que odeiam a política. Culpa essa
“ignorância política” pela eleição do “político vigarista, pilantra, corrupto e
lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Muito melhor é
o comentário feito por Adriana Facina, no Facebook. Ela diz que “nosso povo é
sofrido e vota com o pragmatismo daqueles que matam um leão por dia pra
sobreviver e dar de comer aos seus”. Alerta para “a campanha nojenta da mídia
corporativa e antidemocrática” e “os rios de dinheiros fornecidos” por
empresários.
Adriana lembra
que Gramsci, nos “cárceres do fascismo”, se recusou a culpar o povo pela derrota
comunista. O marxista italiano mostrou que há um “senso comum” favorável aos
poderosos que precisa ser combatido pelas forças revolucionárias. E conclui,
referindo-se às eleições cariocas: “Esse povo que hoje reelegeu o Pae$ é o povo
com que faremos a revolução e não outro".
Não se pode
reduzir o aprendizado político aos limites estreitos do processo eleitoral. Exagerar
a importância de eleições institucionais serve apenas para esconder nossa incompetência
política. Ainda somos todos alunos.
Acho que o resultado foi bom; afinal, o cenário atual é marcado por um favorecimento às candidaturas tradicionais, que detêm poder econômico e portanto mais visibilidade.
ResponderExcluirE, se mesmo assim, o partido conseguiu uma prefeitura, marcou presença com Freixo e disputa o segundo turno. Se não cometer os mesmos erros do PT, a exemplo do comportamento de Randolfe, ele promete; mesmo que para, simplesmente, implementar políticas concretamente social democratas.