Pelé comentou recentemente o caso do jogador
Aranha. Condenou o goleiro santista por ter denunciado o racismo que sofreu por
parte de vários torcedores. “Temos que coibir o racismo. Mas não é num lugar público
que você vai coibir”, disse ele.
Entre 2002 e 2012, o número de homicídios de jovens
brancos caiu 32,3% e o dos jovens negros aumentou 32,4%. E Pelé pede para que
nos calemos.
Em março passado, um adolescente negro foi flagrado
roubando. Acabou preso pelo pescoço a um poste com uma trava de bicicleta. E
Pelé prefere o silêncio.
Há alguns meses, vimos a reação truculenta de
lojistas, policiais e autoridades aos “rolezinhos” nos shoppings, organizados
por jovens negros. E Pelé recomenda a omissão.
Nas redes virtuais, multiplicam-se os casos
flagrantes de racismo. Desde piadas idiotas a imagens mostrando negros sendo
humilhados em shoppings e nas ruas. E Pelé não quer escândalos.
Praticamente todos os que são mortos e torturados
em delegacias, prisões e outras dependências do Estado têm a pele escura. E Pelé
pede sigilo e privacidade.
Do total de candidatos inscritos para as próximas
eleições, 55% são brancos. Os que se assumiram negros são pouco mais de 9%. Amarelos
e indígenas mal ultrapassam 1%.
Marina Silva teve a dignidade de se declarar negra
em seu registro como candidata. Mas não disse palavra sobre o racismo em sua
campanha. O mesmo vale para os outros dois líderes nas pesquisas eleitorais.
Pelé já tem o silêncio que almeja. O grande atleta negro
ainda é sinônimo de Brasil pelo mundo. Também é a maior prova da vitória de
nosso racismo.
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caso Grêmio: nosso racismo exige discrição
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