Silas Malafaia afirmou em 2013:
“Se o Feliciano tiver menos de 400 mil votos na próxima eleição, eu mudo de
nome”. O pastor homofóbico se reelegeu com apenas 398 mil votos. E o temido “tsunami
evangélico” virou marola.
É verdade que os evangélicos Clarissa
Garotinho, Eduardo Cunha, Christiane Yared e Pastor Eurico foram campeões de
voto. E que Marcelo Crivella, da Igreja
Universal, foi para o 2º turno no Rio. Mas a chamada "bancada evangélica” cresceu
3%, contra os 20% ou 30% previstos inicialmente. O “pastor” Everaldo teve
metade da votação de Luciana Genro.
O mito da “ditadura evangélica”
é muito conveniente. O maior problema de Eduardo Cunha, por exemplo, não é sua opção
religiosa. É sua atuação como representante das operadoras de telefonia. Nessa condição,
ele liderou a oposição à aprovação do Marco Civil da Internete na Câmara.
Enquanto isso, Cabo Dacioclo,
eleito deputado federal pelo PSOL-RJ, recebe mais atenção por ser evangélico que
por ter liderado a greve dos bombeiros fluminenses.
Muitos progressistas usam
o terror antirreligioso para se omitir na luta por direitos humanos e liberdades
individuais. Mas a ONG “Católicas pelo direito de decidir” apoia o direito ao
aborto. Muitas comunidades evangélicas acolhem fiéis gays. Há várias forças religiosas dispostas a marchar junto com a esquerda.
O Congresso eleito é, realmente,
o mais conservador em 50 anos. De fato, a maioria das lideranças evangélicas é de
direita. Mas nosso maior problema não é a religiosidade popular. É o uso que o
poder econômico faz dela. A mais fanática e perigosa força política de nossa sociedade
é a do grande capital.
Leia também: Não
há ditadura gay. Nem evangélica
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