“Tudo o que é sólido desmancha no ar”. Esta frase deve
ser uma das mais famosas do Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
Vejamos como ela aparece no texto.
Primeiro, os autores afirmam que a “burguesia só pode existir com a condição de
revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as
relações de produção e, assim, todas as relações sociais”. Essa condição causaria
uma “agitação permanente e falta de segurança”, distinguindo “a época burguesa
de todas as precedentes”. Com isso:
Dissolvem-se todas as
relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de
ideias secularmente veneradas, as relações que as substituem tornam-se
antiquadas antes mesmo de ossificar-se. Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo
o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar
com serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas.
Ao mesmo tempo, no final do Manifesto, outra
frase famosa de Marx e Engels afirma que os “proletários nada têm a perder a
não ser suas correntes”.
Ora, a “solidez” que se desmancha na
frase inicial deste texto não é apenas a das correntes. É, principalmente, a
dos limites impostos aos trabalhadores por suas próprias crenças, concepções de
mundo, modos de vida, tradições, costumes.
Mas, afinal, por que os convictos
materialistas Marx e Engels atribuem solidez a concepções, crenças, costumes,
enfim, a ideias?
As possíveis respostas são muito complexas para serem
exploradas nos limites de uma pílula. Por isso, clique aqui e para ler um texto mais extenso que talvez possa contribuir de alguma forma para entender os tempos tão perigosos que vivemos.
Leia
também: Tudo o que é sólido termina em solidão
Uma boa proposição como retorno das Pílulas.
ResponderExcluirValeu!
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