Doses maiores

8 de julho de 2019

O que, afinal, vem se desmanchando no ar?

“Tudo o que é sólido desmancha no ar”. Esta frase deve ser uma das mais famosas do Manifesto Comunista, de Marx e Engels.
                                                                           
Vejamos como ela aparece no texto. Primeiro, os autores afirmam que a “burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, assim, todas as relações sociais”. Essa condição causaria uma “agitação permanente e falta de segurança”, distinguindo “a época burguesa de todas as precedentes”. Com isso:

Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de ideias secularmente veneradas, as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes mesmo de ossificar-se. Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar com serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas.

Ao mesmo tempo, no final do Manifesto, outra frase famosa de Marx e Engels afirma que os “proletários nada têm a perder a não ser suas correntes”.

Ora, a “solidez” que se desmancha na frase inicial deste texto não é apenas a das correntes. É, principalmente, a dos limites impostos aos trabalhadores por suas próprias crenças, concepções de mundo, modos de vida, tradições, costumes.

Mas, afinal, por que os convictos materialistas Marx e Engels atribuem solidez a concepções, crenças, costumes, enfim, a ideias?

As possíveis respostas são muito complexas para serem exploradas nos limites de uma pílula. Por isso, clique aqui e para ler um texto mais extenso que talvez possa contribuir de alguma forma para entender os tempos tão perigosos que vivemos.  


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