Doses maiores

14 de outubro de 2021

O fanatismo religioso mata a alma indígena

Em 1950, um pastor protestante afirmava que os indígenas eram:

...um bando de desavergonhados, especialmente as mulheres. A visão de sua nudez provoca o despertar dos desejos da carne entre os homens. A primeira parte do nosso trabalho consiste, naturalmente, em levá-las a usar roupas apropriadas. Esperamos que, dentro de um ou dois anos, nenhuma mulher exponha mais seus seios pela tribo... Devemos concentrar nosso trabalho sobre as mulheres, pois elas são a causa de todo o pecado.

Essas citação está no livro "Abya Yala!: Geocídio, resistência e sobrevivência dos povos originários", de Moema Viezzer e Marcelo Grondin. Os autores observam que, em geral, pode-se afirmar que as práticas etnocidas promovidas por missionários e pastores não eram intencionais. Dificilmente os missionários aceitariam matar fisicamente os indígenas. Entretanto, contribuíram para matar sua cultura, que é sua “alma”.

A proposta dos indígenas no convívio com outros povos sempre foi simples: eles querem continuar sendo índios, sem serem obrigatoriamente “assimilados” pela cultura branca.

No início da colônia, os índios enfrentavam os fuzis portugueses com flechas, ficando em grande desvantagem. Hoje, a sociedade branca tem armas muito mais poderosas para difundir e impor sua cultura, particularmente os meios de comunicação de massa.
 
Por outro lado, o Conselho Indigenista Missionário, da Igreja Católica, e o Departamento de Assuntos Indígenas da Associação de Missões Transculturais Brasileiras, das igrejas evangélicas, defendem contatos religiosos com os indígenas, não mais para convertê-los, mas para garantir sua reprodução como povos e facilitar o difícil diálogo com a cultura dominante.

O problema é que a cultura dominante jamais quis esse diálogo.

2 comentários:

  1. Por outro lado, o Conselho Indigenista Missionário, da Igreja Católica, e o Departamento de Assuntos Indígenas da Associação de Missões Transculturais Brasileiras, das igrejas evangélicas, defendem contatos religiosos com os indígenas, não mais para convertê-los, mas para garantir sua reprodução como povos e facilitar o difícil diálogo com a cultura dominante.
    DEFENDEM É O CARALHO .

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    1. Seria melhor argumentar com mais elementos para mostrar que os autores estão equivocados sobre essa questão. Do jeito que você comentou, não esclarece muita coisa.

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