Nos últimos comentários sobre o livro “A Fábrica Digital”, de Moritz Altenried, é importante destacar a persistência das lutas de resistência dos explorados, mesmo sob o capitalismo de plataforma.
O autor lembra, por exemplo, que em 2013 ocorreu em Bad Hersfeld, na Alemanha, a primeira greve em uma instalação da Amazon. Com o slogan “Não somos robôs”, os trabalhadores protestaram contra as formas de taylorismo digital encontradas nos centros de distribuição. A vigilância digital, a pressão por desempenho, bem como a natureza, às vezes, ilógica e impositiva da gestão algorítmica surgiram como problemas centrais ao lado de questões de remuneração e negociação coletiva.
Essas lutas vêm mostrando que a mais importante das contradições continua ser aquela entre capital e trabalho, diz Altenried. O setor de logística foi atingido por uma onda de lutas, desde o fechamento do Porto de Oakland, em 2011, até recentes greves e protestos em Hong Kong e Valparaíso, no Chile.
Na Europa, surgiram protestos dos trabalhadores da Amazon na Itália, Polônia, França e Itália. Os operários da Foxconn e de outras fábricas chinesas radicalizam cada vez mais suas lutas por melhores condições de trabalho.
Segundo Altenried, tudo isso também mostra que, apesar de toda a digitalização do processo produtivo das últimas décadas, o capitalismo continua a depender da exploração do trabalho vivo para sua existência.
Por outro lado, o trabalho vivo não apenas persiste como meio de produção fundamental, mas como resistência ao processo de destruição e degradação social de parcelas cada vez maiores da população mundial. Como alternativa à barbárie capitalista.
Abaixo todo o capitalismo, inclusive o digital.
Leia também: Trabalho aglomerado, exploração e contradições acumuladas
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