Em 1940, Himmler, inspirado por Hitler, decidiu criar um corpo especial recrutado entre presos condenados por caça ilegal. Segundo o Führer: “Em combate, eu preferia comandar uma seção formada por caçadores ilegais do que pelos advogados que os condenaram”.
Hitler era vegetariano, mas considerava a caça ilegal o “lado romântico” da matança de animais.
À frente do “comando de caçadores” foi colocado Oskar Dirlewanger, um misto de facínora e valentão. Em agosto de 1934, por exemplo, fora condenado a dois anos de prisão por ter provocado vários acidentes de automóvel ao dirigir bêbado e por manter relações sexuais com uma menor de idade.
Recrutados nas cadeias em que cumpriam sentença, os caçadores foram transferidos para um campo de concentração, onde receberam treinamento militar e desde julho de 1940 até junho de 1942 constituíram 94% dos efetivos daquela divisão. Dirlewanger chefiou com mão de ferro aquele contingente de presidiários e o usou para ações de enorme crueldade.
Mas o elevado número de baixas entre os caçadores levou a que, em setembro de 1942, começassem a ser alistados contrabandistas presos com armas na mão. Possivelmente, rodeados da mesma aura romântica que Hitler enxergava nos caçadores ilegais.
Acontece que os contrabandistas também não foram suficientes para compensar as baixas e Himmler propôs a Dirlewanger o recrutamento de bandidos comuns, presos em campos de concentração.
O relato acima está no livro “Labirintos do Fascismo”, de João Bernardo. Mostra como as relações da extrema-direita com a criminalidade mais rasteira e truculenta são antigas. Não é inovação de Bolsonaro, seus caçadores milicianos, motoristas bêbados, sociopatas pedófilos e contraventores em geral.
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Pois é, tudo a ver
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