Os números devem ter desagradado os adeptos de Bolsonaro. Mas também podem revelar as fortes contradições do chamado “jogo democrático”. O próprio capitão fascista luta desesperadamente pela reeleição pelo voto. E muitos dos seus seguidores também. Nos quartéis, nas milícias, em igrejas que demonizam religiões afro, nas quadrilhas presentes em parlamentos e governos, toda essa ralé criminosa está de olho em outro mandato ou na renovação do atual.
É a lógica eleitoral imperando mesmo entre os fascistas. Até porque o fascismo nunca foi contra eleições, só contra a democracia. E eleições, por si só, têm pouco a ver com democracia.
Para comprovar isso, é interessante ler recente entrevista concedida pelo sociólogo José Cláudio Alves, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
O título do depoimento já diz muita coisa: “A estrutura miliciana é uma malha que recobre o país como um todo”. Ele está falando da vida cotidiana, mas também da institucionalidade política.
Mais especificamente, do que chamou de “lavagem de cidadania”. Como é isso? Alves explica que se trata de:
...pessoas que tiveram suas trajetórias marcadas por assassinatos, homicídios, lógicas absolutamente terroristas de controle do território, da imposição da força pela morte e o terror, lavam tudo isso nas urnas em pleitos democráticos.
Se as urnas funcionam cada vez mais como um lava-jato de trogloditas criminosos pra quê ditadura?
Leia também: Eleições: engajamento virtual x militância presencial
Valeu esta postagem! Obrigada!
ResponderExcluirEu que agradeço, Debora. Grande abraço!
Excluir