A metodologia dos limites
planetários procura medir o impacto das atividades humanas no sistema
terrestre. Ultrapassá-los significaria deixarmos o período de
estabilidade do Holoceno, no qual vivemos durante os últimos 12 mil
anos.
Os limites correspondem a nove processos de mudanças, que
são: climáticas, integridade da biosfera, biogeoquímica, acidificação
dos oceanos, uso do solo, camada de ozônio, aerossóis atmosféricos e
liberação de químicos sintéticos no ambiente sem testes de segurança
adequados.
Pois bem, um levantamento divulgado em setembro de 2023
mostra que seis deles foram definitivamente ultrapassados, e um deles, o
elevado índice de acidez dos oceanos, está muito perto de seu limite.
Apenas a deterioração do ozônio e os aerossóis atmosféricos estão sob
controle.
Essas mesmas evidências mostram que as ações humanas,
especialmente as das sociedades industrializadas, tornaram-se o
principal motor da mudança ambiental global. É o resultado dos estragos
feitos pela exploração capitalista, que caracteriza um período sem
paralelo na história humana: o Antropoceno.
Segundo Johan
Rockström, um dos pesquisadores responsáveis pelo levantamento, essas
perturbações ambientais são abordadas como se fossem questões separadas.
Por exemplo, mudanças climáticas, perda de biodiversidade ou poluição.
Essas abordagens, no entanto, ignoram as interações não lineares desses
desequilíbrios e os efeitos agregados resultantes no conjunto do sistema
terrestre. Os limites planetários trazem uma compreensão científica dos
impactos ambientais antropogênicos em uma estrutura que considera o
sistema terrestre como um todo.
Ou seja, os efeitos destruidores
do capitalismo são globais e precisam ser combatidos em sua totalidade e
com muita urgência. A humanidade está chegando literalmente aos limites
de sua sobrevivência como espécie.
Doses serão suspensas até setembro.
Leia também: O Antropoceno e o Atlas Selvagem
Blog de Sérgio Domingues, com comentários curtos sobre assuntos diversos, procurando sempre ajudar no combate à exploração e opressão.
Doses maiores
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