Doses maiores

31 de outubro de 2023

Einstein denuncia o terrorismo na Palestina

Eles inauguraram um reino de terror na comunidade judaica da Palestina. Professores foram espancados por proferirem falas contrárias a esses grupos e adultos foram fuzilados para impedir que crianças se juntassem a eles.

O trecho acima é de uma carta assinada por Albert Einstein, Hannah Arendt e mais 26 personalidades judias. Segundo o documento publicado no New York Times em 1948, esses “bandos terroristas” atacaram uma pequena vila árabe sem envolvimento em atividades militares, matando 240 de seus habitantes, incluindo mulheres e crianças. Dentre aqueles que sobreviveram, alguns foram levados para desfilar como prisioneiros pelas ruas de Jerusalém.

A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada. Mas os responsáveis, longe de se envergonhar, ficaram orgulhosos do massacre, convidando os correspondentes estrangeiros presentes no país a ver “o amontoado de cadáveres e a devastação generalizada na vila”, afirma a carta.

A organização denunciada pelo texto era o Herut (Partido da Liberdade), “agremiação política fortemente aparentada, em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social, a outras organizações políticas nazistas e fascistas”, descrevem os autores. A preocupação dos signatários do documento era que seu líder, Menachem Begin, fosse recebido com honrarias na visita que faria, em breve, aos Estados Unidos.

A carta também acusa o Herut de esmagar greves e fazer pressão para destruir sindicatos, defendendo a criação de organizações no modelo fascista italiano.

A título de esclarecimento, o Likud, partido do atual premiê israelense Benjamin Netanyahu, foi formado por grupos oriundos do Herut. Como se vê, a tolerância em relação a essas práticas terroristas e fascistas vem de longa data e continua a alimentar o genocídio sionista.

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30 de outubro de 2023

Inteligência artificial e perfídia capitalista

Em 26/10/2023, Ronaldo Lemos publicou um artigo na Folha lembrando o “aniversário de seis meses” da carta do Instituto Futuro da Vida. Um documento que causou polêmica ao acusar a inteligência artificial (IA) de representar “riscos profundos para a sociedade e a humanidade" e defender a interrupção das pesquisas relacionadas a essa tecnologia e a criação de regulamentações sobre seu desenvolvimento e aplicação.

Segundo Lemos, nesse período, só houve avanços na regulamentação da IA em três campos: direitos autorais, proteção dos dados pessoais e relações trabalhistas. Os dois primeiros envolvem os direitos de propriedade. Normal que sejam alvo de preocupação da ordem dominante. Já os avanços de caráter trabalhista citados no texto restringem-se ao acordo que encerrou a greve dos roteiristas de Hollywood. Algo muito pontual, apesar de envolver a poderosa indústria do entretimento.

Mas o que chama a atenção no texto é o cinismo dos gigantes que controlam as redes virtuais. Entre os mais de 30 mil signatários da tal carta aniversariante, estavam Elon Musk e executivos da Google. O primeiro criou sua própria empresa de inteligência artificial, meses após o lançamento da carta. A Google também não demorou a lançar seu smartphone baseado na nova tecnologia.

Em suma, conclui o articulista, a carta acabou se tornando uma grande jogada de marketing capaz de acelerar, em vez de reduzir, a expansão das empresas de IA.

Ou seja, na ausência de um grande movimento anticapitalista a partir de baixo, os de cima encenam suas farsas e seguem agindo contra os interesses da grande maioria da humanidade. Isso, sim, é muito inteligente.  E pérfido.

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