O governo de Israel acusa
seus críticos de antissemitismo. Não é verdade. Antissemitismo é racismo contra
os judeus. Inaceitável. O que a maioria dos que condenam Israel combate é o
sionismo. Uma crença que atribui ao povo judeu direito sagrado sobre a
Palestina.Um direito que justificaria tudo, inclusive matar crianças e
bombardear escolas e hospitais.
Um texto esclarecedor sobre essa
questão está no portal Voltaire.net. Trata-se de “Quem é o inimigo?”, de Thierry
Meyssan. Através dele ficamos sabendo que o sionismo surgiu com a Revolução
Inglesa de 1688. Os calvinistas, que derrubaram a nobreza, acreditavam que para
o bem dos cristãos ingleses, os judeus deveriam retornar à Palestina. Voltar a
“Sion”, a Terra Santa.
O sionismo sairia
fortalecido da Guerra da Independência e da Guerra Civil dos Estados Unidos,
cujos vencedores eram seus adeptos. Ele também voltaria a ganhar força
sob a regência da Rainha Vitória. Trata-se, portanto, de uma ideologia com enorme
peso entre os setores dirigentes das sociedades inglesa e estadunidense.
O acordo em torno do sionismo
foi elemento importante na reaproximação entre os britânicos e seus
ex-colonos da América do Norte, diz
Meyssan. E no século 20, a crença no direito judeu sobre territórios do Oriente
Médio serviu ao controle imperialista sobre uma das regiões mais estratégicas
do planeta.
Portanto, diz o autor, o “sionismo
nunca teve como objetivo ‘salvar o povo judeu, dando-lhe um lar’, mas sim fazer
triunfar o imperialismo anglo-saxônico envolvendo nisso os israelitas”. Desse
ponto de vista, o povo judeu também é vítima do sionismo. Mesmo que esteja
longe de ser a maior delas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário