Doses maiores

5 de outubro de 2022

O homo sapiens e sua duvidosa sapiência

“O lado B de Svante Pääbo, Nobel de Medicina” é o título de um bom texto jornalístico de Ana Lúcia Azevedo, publicado no Globo em 04/10/2022.

A reportagem fala sobre o mais recente ganhador do Nobel de medicina. Pesquisador do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, da Alemanha, o laureado se especializou em métodos para recuperar e sequenciar o DNA de fósseis de primatas. 

O trabalho do cientista sueco foi fundamental para descobrir que nós, Homo sapiens, tivemos um ancestral comum com os neandertais. Além disso, suas pesquisas mostraram que nos misturamos a esses hominídeos, em algum lugar entre a Europa e a Ásia, há cerca de 70 mil anos. Como resultado disso, 2% do genoma das pessoas de origem europeia e asiática carregam genes originários deles. 

Pääbo também foi responsável por descobrir uma nova espécie de hominídeo: o denisovan. Foi ele, ainda, que identificou genes dessa espécie em 6% das populações do Sudeste da Ásia e da Melanésia, na Oceania.

A história do mundo que os estudos de Pääbo revelaram é a da diversidade, afirma Ana. Um mundo que já teve gente filha de pai humano e mãe neandertal e vice-versa. Ou filha de neandertal com denisovan. A Humanidade é resultado dessas misturas, conclui corretamente a jornalista.

É relativamente recente a descoberta de que a nossa espécie conviveu com outros hominídeos por milênios. Depois do australopitecos, vieram outros, como os homos habilis, homos erectus e homos neanderthalensis, até que ficamos apenas nós. 

Nós, os sapiens. Nós, que pretendemos nos diferenciar pela sapiência, mas podemos acabar extintos graças a nossa burrice, arrogância e estupidez.

Leia também: A duvidosa sapiência do homo sapiens

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