...esse “cinturão” não impede que todo o espectro político se mova cada vez mais para a direita e que as forças do centro –e mesmo socialdemocratas e verdes– assumam bandeiras, slogans, postulados e discursos promovidos pela extrema direita. Se todo o espaço político se torna mais conservador, há uma transferência comprovada em grande parte da Europa em que os socialdemocratas se tornam mais centristas, o centro se torna mais conservador e a direita se aproxima de posições mais extremas, beirando, por exemplo, a xenofobia.
O trecho acima é do artigo “O vendaval extremista na ‘Europa alemã’”, recentemente publicado por Sergio Ferrari. O “cinturão” a que ele se refere é um compromisso assumido pelos maiores partidos alemães de não compor coalizões governamentais com partidos neonazistas como o Alternativa para a Alemanha.
Mas como diz Ferrari, se todo o espaço político se torna mais conservador, carrega com ele todo o resto. É como aqueles esconderijos dos vilões da versão televisiva do Batman, que tinham o chão sempre inclinado para o lado direito.
Atualmente, o mundo inclina-se fortemente à direita, com pesos pesados como Trump, Netanyahu, Putin e outros se juntando num dos lados e fazendo escorregar em sua direção adversários cujas convicções antifascistas são leves demais para fazer o contrapeso.
Mas isso não é novo. Os liberais, democratas e legalistas sem compromisso de classe com os de baixo nunca foram capazes de enfrentar o fascismo. Ao contrário, sempre buscaram formas de conciliar com seus defensores.
Não tem Batman do nosso lado. A experiência histórica mostra que só os explorados e oprimidos são capazes de derrotar o fascismo.
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