Doses maiores

5 de fevereiro de 2012

Briga de cachorro grande na internete

A edição de 27/01 de CartaCapital traz bom material sobre as recentes tentativas de limitar o acesso à internete. São dois projetos em debate no Congresso dos Estados Unidos: o Stop Online Piracy Act (SOPA) e o Protect IP Act (PIPA). Eles pretendem tratar como criminosos sem direito a defesa quem compartilhar arquivos considerados propriedade intelectual. Principalmente filmes, músicas e videogames.

Em excelente artigo, Antonio Luiz M. C. Costa diz que a verdadeira batalha nessa questão está sendo travada “entre Hollywood e o Vale do Silício”. E explica:
No primeiro time contam-se as associações de produtoras, gravadoras e tevês a cabo e associações de artistas, cineastas, atores e técnicos, além da Câmara de Comércio dos EUA e a central sindical AFL-CIO. No segundo, empresas como Google, Yahoo, Mozilla, Facebook, eBay, American Express, Reddit, Foursquare, Twitter, a fundação Wikipedia, associações de ativistas digitais e organizações de defesa de direitos civis, incluindo a Repórteres sem Fronteiras e a Human Rights Watch. De ambos os lados há democratas e republicanos, conservadores e liberais, esquerda e direita.
A edição ainda alerta para a versão brasileira dos projetos em debate nos Estados Unidos. Trata-se de projeto de lei do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG). É o criador do esquema do mensalão colocando seu mandato a serviço das grandes empresas de entretenimento.

Ao mesmo tempo, os dois maiores monopólios da atenção dos internautas lutam para aumentar seus lucros. O Facebook entrou pesado na bolsa de valores. E o Google responde com a integração de todos os seus sistemas de busca.

É a velha lógica capitalista de concentração econômica e guerra entre monopólios. Em outros momentos as maiores vítimas desse combate foram os explorados. Agora, não deve ser diferente. E entre os alvos está a liberdade de trocar informações.

Nessa briga de cachorro grande, podem ser eliminados os tímidos e valiosos espaços que o movimento social conseguiu conquistar na rede mundial.

Leia também:
Redes sociais podem ajudar ditaduras?
Menos Google e Facebook, mais luta

5 comentários:

  1. Talvez, porque "chiclet" tenha se tornado chiclete, "gillete" passou a ser "gilete" ou televisão também possa ser ser grafado como "tevê".
    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Acredito que a melhor forma de contornar o problema da "propriedade intelectual", é criar um site, ou dar essa possibilidade, dos artistas disponibilizarem suas músicas de graça pra baixar e ganhar com a publicidade das páginas da banda no site...

    ResponderExcluir
  3. Pode ser uma saída Bruno. Mas uma coisa são os direitos autorais. Estes dizem respeito aos próprios criadores e devem ser respeitados. Outra coisa é a propriedade intelectual, um conceito criado pela indústria para controlar a criação humana para comercializar seus produtos. Esta é a briga mais séria.
    Valeu pelo comentário.
    Bração!

    ResponderExcluir