Doses maiores

28 de fevereiro de 2012

Macacos e economistas amestrados

Em 26/02, Carta Maior publicou o artigo “O capitalismo em crise e os meios de superá-la”, de Francisco Louçã. Nele o deputado do Bloco de Esquerda, de Portugal, recomenda que os socialistas se dediquem a estudar o capitalismo real. E um dos modos de fazer isso seria “ler o que a finança escreve sobre si própria”. É o caso de jornais como o Financial Time.

Sem dúvida, uma boa ideia. Esse tipo de publicação costuma ter maior compromisso com a objetividade. Afinal, seu público depende de informações precisas para fazer seus negócios bilionários. Nesse sentido, destaquemos um trecho interessante:

Um artigo do FT, com algum humor, cita um estudo antigo da universidade de Berkeley (existem outros ainda mais sarcásticos), que comparou os resultados de previsões financeiras feitas por macacos que fazem marcas ao acaso num quadro de empresas cotadas na Bolsa, com as sérias previsões feitas por distintos analistas financeiros. Os macacos ganharam.

Ao contrário do que pode parecer, o episódio não é sinal de burrice dos intelectuais empresariais. A atitude amestrada dos financistas causa prejuízos que atingem bilhões de pessoas. No entanto, as empresas para as quais trabalham costumam arrancar enormes lucros de suas operações malucas. O sistema é estúpido, não as pessoas que se beneficiam dele.

O artigo traz algumas afirmações polêmicas. É o caso da ideia de que a expropriação do trabalhador se daria, hoje, na condição de pagador de impostos. Mas há muitos outros elementos interessantes para o debate. Inclusive, porque temos muita gente na esquerda que também vem adotando comportamentos amestrados.

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