O uso de agrotóxicos
é uma delas. São criados para matar ervas daninhas, por exemplo, mas provocam câncer
nos trabalhadores que lidam com eles. E causam diversas doenças nos consumidores
de produtos expostos a sua ação.
Ervas daninhas
são apenas plantas que não se encaixam em nosso sistema produtivo. É um
conceito tão antropocêntrico como a ideia de desenvolvimento
sustentável. É o que explica Leonardo Boff no artigo “Economia verde versus
economia solidária”:
A
Rio-92 consagrou o conceito antropocêntrico e reducionista de desenvolvimento
sustentável, elaborado pelo relatório Brundland de 1987 da ONU. Ele se
transformou num dogma professado pelos documentos oficiais, pelos Estados e
empresas sem nunca ser submetido a uma crítica séria. Ele sequestrou a
sustentabilidade só para seu campo e assim distorceu as relações para com a
natureza. Os desastres que causava nela, eram vistos como externalidades que
não cabia considerar. Ocorre que estas se tornaram ameaçadoras, capazes de
destruir as bases físico-químicas que sustentam a vida humana e grande parte da
biosfera. Isso não é superado pela economia verde. Ela configura uma armadilha
dos países ricos, especialmente da OCDE (Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico) que produziu o texto teórico do PNUMA Iniciativa da
Economia Verde. Com isso, astutamente descartam a discussão sobre a
sustentabilidade, a injustiça social e ecológica, o aquecimento global, o
modelo econômico falido e mudança de olhar sobre o planeta que possa projetar
um real futuro para a humanidade e para a Terra.
Na Rio+20,
desenvolvimento sustentável ganhou o nome de “economia verde”. Seus objetivos
continuam a ser os mais daninhos.
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