As coisas começaram
a mudar com a Eco-92. O grande encontro indicava algo importante. Era a conscientização
chegando. Não apenas dos setores de esquerda. Ao contrário, eram os capitalistas
e seus governos preocupados com o futuro de seus lucros.
Estavam de olho em um
novo filão econômico: a indústria sustentável. Atualmente, conhecida como “economia
verde”. Mas muita coisa mudou nesses 20 anos. O capitalismo se espalhou pelo
chamado Terceiro Mundo.
A China, rural e
atrasada, virou a fábrica do mundo, por exemplo. Já não quer, nem consegue, frear
seu desenvolvimento. O mesmo vale para os outros “emergentes”. Todos presos a
modelos sujos. Já as potências do “Primeiro Mundo” estão atoladas em suas
crises econômicas.
Além disso, há os
efeitos de 30 anos de neoliberalismo. A Rio+20 reúne governos. Mas a economia mundial foi
dominada por grupos econômicos com orçamentos maiores do que os de muitos
países. Algumas ONGs também não ficam atrás.
Uma informação talvez
ajude e entender o que tudo isso significa. Ela é do jornalista Sérgio Leo e
está publicada no Valor de ontem: “80% das patentes mundiais
estão nas mãos de seis países”. Ou melhor, de seis governos. E estes não passam
de agências de defesa das grandes corporações mundiais.
Os “países em
desenvolvimento”, diz o texto:
Cobram
dos países ricos dinheiro e cessão de tecnologia (leia-se: abrir mão de
patentes e direito de propriedade intelectual) para ter “meios de implementação”
das futuras metas.
Ou seja, não vai
rolar. Mais realista debater “o ciclo menstrual das borboletas azuis”...
Leia também: Rio+20, nada. UFC!
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